Texto feito por Ana Carolina Pérez Fernández
A mulher maravilha brasileira da fintech
Nascida em Ribeirão Preto no ano de 1984, Cristina Junqueira traça uma caminhada de sucesso desde a infância. Após completar os anos de escola no Colégio Santo Inácio, cursou e fez mestrado em Engenharia de Produção na Universidade de São Paulo (USP), durante cujo período trabalhou em duas empresas de consultoria, além de atuar como analista interna no Itaú Unibanco. Já com boa experiência, ainda foi aceita na Kellogg School of Management, em Illinois, nos Estados Unidos, onde fez um Master in Business Administration.
O que levou ao reconhecimento atual de Cristina, porém, veio um ano depois, quando voltou ao Brasil. A respeito disso, assim que o fez, foi novamente contratada pelo Unibanco, começando agora a exercer em uma área que não costumava ter prosperidade: a de seguros para pequenas e médias empresas. Sendo a mais jovem da equipe, com 24 anos, reverteu os números do setor, e de ser Superintendente de Negócios, subiu a cargos de liderança na instituição, onde a convidaram para participar de projetos quanto ao crédito.
Embora tudo parecesse andar bem, suas propostas não foram bem recebidas no local, que mais tradicional não apoiava nem acreditava em formas tão inovadoras de se fazer processos. A engenheira, que acreditava que o sistema de crédito bancário brasileiro cobrava taxas muito caras e oferecia mau atendimento ao cliente, sem dúvidas, tinha propriedade na opinião - afinal, já havia trabalhado anos na área. Cristina, então, recusou-se a repetir a engrenagem que tanto lhe incomodava e despediu-se da instituição.
Mas não era só a ela que essa burocracia inquietava. O colombiano David Vélez havia tido experiências desagradáveis abrindo contas bancárias no Brasil e procurava parceiros para criar uma empresa exatamente como a paulista havia projetado: em contato direto com os clientes e oferecendo cartões sem taxa. Assim, com o dinheiro que havia ganhado pela rescisão, a investidora se fez, junto a Vélez e a Edward Wible, co-fundadora de uma empresa de fintech.
Sua trajetória não foi fácil: o tempo todo suas iniciativas encontravam-se desacreditadas por externos, que apostaram em serem projetos temporários e que não gerariam frutos, mas a engenheira, mesmo estando grávida durante o processo, persistiu. E foi assim que Cristina Junqueira tornou-se a atual CEO da maior empresa de fintech e quarta mais valiosa instituição financeira da América Latina: o Nubank.
Sendo a única fundadora mulher dentre as startups que valem mais de dez bilhões de dólares no mundo, ela também deu ao negócio uma grande pluralidade. Pregando que é através da diversidade que surgem as mais criativas e inovadoras ideias, a investidora tem uma companhia composta por mais de 40% de funcionárias mulheres - inclusive em cargos de gestão - e mais de 30% de LGBTQIA +, por exemplo.
Tendo feito tudo isso, não é de se duvidar que uma das 20 mulheres mais poderosas do Brasil - segundo a Forbes - e a segunda maior mulher na fintech do mundo - de acordo com a Fintech Magazine - chegue muito mais longe. O que você acha? Já se inspirou em uma investidora hoje?
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