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A importância de se estabelecer objetivos e metas ao investir

Atualizado: 2 de abr. de 2021

Por Geórgia Ribeiro


Todas as pessoas que optam por começar a investir percebem, ao menos, que há um custo para realizar tal ato. Ao escolherem deixar o seu dinheiro retido, elas acabam por ter menos liquidez para realizar suas transações momentâneas. Esse é o conhecido trade-off entre investimento e consumo: Torna-se necessária a renúncia de um consumo presente em maior escala a fim de possibilitar tal investimento e haver ganhos de rendimento, para um consequente aumento no consumo futuro.


Portanto, investir, em outras palavras, significa obter ganhos pela retenção do dinheiro em sua forma mais líquida. Dessa maneira, ter uma educação financeira que possibilite um maior entendimento sobre quais são as formas de investimento e como aplicá-las da maneira mais eficiente, adequando-as aos propósitos estabelecidos pelo investidor, é algo essencial para que a renúncia proporcione um retorno que compense este investimento. Com isso, nesta abordagem será mostrado a importância de se estabelecer objetivos e metas na hora de investir.


Primeiramente, é de extrema relevância entender que existem diversos tipos de investimentos: Investimento em títulos públicos do Tesouro Direto (Renda Fixa), investimento em ações (Renda Variável), CDB (Certificado de Depósito Bancário), fundos de investimento, Tesouro Selic, entre outros. Cada tipo de investimento possui um rendimento maior ou menor, dependendo do risco que está atrelado a ele. Ao mesmo tempo, existem investimentos que são de maior prazo e outros que o investidor recebe retornos mais constantes.



Portanto, tendo consciência de que cada forma de investimento terá um risco, um retorno e uma data de validade maior associados a ela, cabe ao investidor entender qual o seu objetivo, para escolher a opção mais adequada ao seu caso. Seu intuito é ter maior segurança no seu rendimento ou um maior retorno? Será que é mais válido investir no Tesouro Direto, ou você está preparado para investir em uma categoria de risco mais elevado, com ações? Nesse momento, é crucial analisar o cenário pessoal do investidor antes de tomar qualquer decisão.


Por exemplo: uma pessoa A deseja investir a fim de juntar dinheiro para a sua aposentadoria. Enquanto isso, uma outra pessoa B tem bastante capital livre disponível e quer investir para obter maiores ganhos. Podemos perceber que são duas situações bem distintas. Na primeira, temos um investidor mais conservador, com maior aversão ao risco e que deseja obter ganhos a mais longo prazo. Já no segundo cenário, o investidor é mais arrojado, tem baixa aversão ao risco e aceita a possibilidade de perder dinheiro para alcançar uma rentabilidade maior. Assim, o portfólio de investimento da pessoa A priorizará ativos mais estáveis e com menor risco, enquanto o da pessoa B pode apostar em ativos mais arriscados mas que podem proporcionar um maior retorno.


Além disso, outro aspecto relevante a ser considerado para fazer um bom planejamento estratégico direcionado ao objetivo é considerar o orçamento disponível que se possui para realizar a sua aplicação, levando em consideração que o ideal é utilizar a renda livre não essencial. Ou seja, aquele capital que não está sendo utilizado para suprir as necessidades básicas ou momentâneas. Afinal, para ser rentável, seu dinheiro estará estagnado naquele investimento, impossibilitado de ser utilizado até a data de resgate, momento no qual o investidor recupera o valor investido além do juros associado a tal ato.


A periodicidade e o prazo da rentabilidade do investimento também são fatores que devem ser considerados pelo investidor antes de aplicar em um determinado ativo, ajustando-o ao propósito definido.


A necessidade ou não de alguma instituição financeira que intervenha e auxilie o investidor, como corretoras, bancos de investimento, agentes integrados, entre outras, também é um fator importante a ser ajustado de acordo com o objetivo. Todas essas instituições cobrarão uma taxa que reduzirá a rentabilidade total do investimento. Portanto, a contratação delas vai depender da quantidade de conhecimento financeiro que o investidor possui e o quanto de segurança ele tem para tomar suas decisões de forma independente.


Além de todos os tópicos abordados até então, também é importante entender quais são os indicadores específicos do seu investimento, porque eles influenciam o valor dos ativos e, consequentemente, podem interferir no desempenho do seu objetivo. Por exemplo, a precificação dos títulos do Tesouro é inversamente proporcional ao valor da taxa de juros momentânea. Portanto, acompanhar os fatores externos que podem influenciar o andamento desse índice é fundamental, caso o propósito da pessoa seja ganhar capital investimento em renda fixa.


Também é importante levar em consideração que todo investimento possui um custo atrelado a ele. Ao aplicar em renda fixa, existem cobranças de impostos que são decrescentes em relação ao tempo de retenção do título. Logo, quanto maior o período de investimento em títulos, menor será essa taxa. Quando tratamos de renda variável, a distribuição de dividendos não sofre penalização sobre o pagamento de impostos. Os custos em ações são a corretagem, a custódia e a tributação. Portanto, cabe ao investidor elaborar sua estratégia pensando na otimização dessas despesas.


Até então, foi abordada a necessidade de adequar os planos e o portfólio de investimento aos objetivos pessoais. Entretanto, não basta executar a aplicação em ativos: acompanhar seus investimentos é uma etapa tão fundamental quanto. Torna-se necessário se atentar à rentabilidade deles ao longo do tempo. Para a realização de um acompanhamento efetivo, há diversos benchmarks como o Ibovespa, CDI, entre outros que o investidor pode atrelar às suas aplicações e verificar se elas estão tendo uma performance satisfatória ou não.

A criação de metas no curto, médio e longo prazo é um bom caminho para fazer a mensuração do rendimento. É a partir do estabelecimento de metas periódicas que o investidor consegue compreender o andamento da rentabilidade dos seus ativos e decidir se deseja alterar alguma decisão de investimento. Dessa maneira, o portfólio do investidor estará atualizado constantemente, alterando conforme for mais eficaz a fim de atingir as metas definidas.


Dessa maneira, podemos concluir que o estabelecimento de objetivos e metas torna-se essencial para a realização de estratégias de investimento bem consolidadas e embasadas nas necessidades reais do investidor. Construir um panorama geral sobre todos os pontos abordados aqui irá proporcionar uma maior consistência nas decisões de portfólio de investimento, que vão tender a se suceder bem mais. Também é importante desenvolver o hábito de acompanhar os resultados para fazer ajustes quando for necessário.


Leia nossos últimos textos do Mulheres Explicam o Mercado Financeiro para saber mais sobre a temática.


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