por Isabella Rodrigues
Dada a crise econômica e os retornos cada vez menores da poupança e dos títulos públicos, os brasileiros têm buscado outras formas de rentabilizar o que conseguem poupar. Uma forma bastante popular é o investimento em ações. Mas o que são as ações, afinal?
O que é uma ação?
Ações representam a divisão do capital social em partes iguais. O capital social, por sua vez, é o valor que os sócios ou acionistas empregam em um empreendimento no momento de sua abertura, representando a quantia necessária para iniciar as atividades da empresa e para mantê-la. Comprando uma ação, você se torna ao mesmo tempo sócio e acionista minoritário. Isso não significa, porém, que você deva participar da parte mais burocrática do negócio ou arcar com as suas dívidas. No entanto, você pode perder ou ganhar dinheiro de acordo com as variações de preço dos papéis.
Essas variações se dão pela dinâmica de oferta e demanda do mercado acionário. Quanto mais pessoas comprando determinado ativo, mais valorizado ele ficará. Outra forma de ganhar dinheiro com uma ação é através de dividendos, ou seja, a parte do lucro distribuída entre os acionistas.
Quais os benefícios para as empresas e para os investidores com a emissão de ações?
Dentre os benefícios de começar a emitir ações (geralmente chamamos este processo de abertura de capital ou IPO, sigla para Initial Public Offering), destacamos o aumento de recursos para o financiamento. Este financiamento pode ser feito alternativamente através de empréstimos junto aos bancos, por exemplo. No entanto, a empresa estaria sujeita a prazos e ao pagamento de juros aos credores. Captando recursos através de ações, o compromisso da empresa com o acionista é a busca por um bom desempenho, rentabilizando os papéis. Desta forma, a companhia pode usar os recursos para investir em crescimento e pagar dívidas, por exemplo.
Mercado primário e Mercado secundário
Quando a empresa decide emitir ações, ela recorre ao mercado primário, que é composto geralmente pelos próprios emissores e por quem negocia altos valores na Bolsa (investidores institucionais, como os fundos de pensão e de investimento). Esse mercado costuma ter uma quantidade limitada de pessoas por causa da baixa liquidez das ações, visto que estas não estão sendo negociadas ainda com o grande público. Ou seja, o investidor não poderá converter a ação em dinheiro de imediato. Nesse caso, o valor arrecadado vai direto para a empresa emissora dos papéis. Enquanto isso, o mercado secundário é onde os investidores negociam e transferem, entre si, os valores mobiliários emitidos no mercado primário.
Como funciona o mercado de ações? (negociação; regulação; intermediação)
As ações são negociadas na bolsa de valores. No Brasil, temos a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), que atua na listagem das ações e de outros ativos; no registro, na compensação e na liquidação das compras e vendas feitas pelos investidores e na divulgação de informações ao mercado.
O órgão vinculado ao Ministério da Economia responsável pela regulação e fiscalização deste mercado é a CVM (Comissão de Valores Mobiliário) e suas atividades buscam coibir fraudes e manipulações que possam criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço das ações e de outros ativos.
Além disso, como os investidores não podem negociar ações diretamente na B3, eles contam com agentes para a intermediação. As corretoras e as distribuidoras exercem este papel. Elas oferecem serviços de suporte sobre o funcionamento da bolsa, dados sobre o mercado, relatórios de recomendação de ações e ferramentas como o home broker (plataforma que permite investir em ações pela internet). Para escolher uma boa intermediadora, o investidor deve levar em conta com quais ativos elas operam, quais são as taxas cobradas e se o home broker é de fácil compreensão.
Disclaimer: reforçamos que todo o conteúdo da Impactus UFRJ é feito apenas sob propósito didático, não sendo nossa intenção fazer qualquer orientação ou recomendação sobre qualquer tipo de investimento.
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