Por Gabriel Lacombe e Paulo Johas
Ficar na dúvida entre manter suas economias na caderneta de poupança ou investir em ações, por exemplo, é muito comum. A maior parte dos questionamentos de quem deseja investir vem da simples falta de informações ou da inexperiência de como aplicar o dinheiro. Quanto maior é o conhecimento sobre os tipos de investimentos, menores serão as chances de se ter prejuízo ou investir em produtos que não têm uma boa rentabilidade.
Boa parte do que é necessário saber se resume à diferença entre renda fixa e variável, e o que elas oferecem. A seguir, serão apresentados os dois tipos de investimento e suas diferenças.
Renda Fixa
É a forma de aplicação cujos rendimentos ou formato de cálculo desses valores já são definidos no ato da contratação. Os ativos costumam ser títulos de dívidas, portanto, quando investe neles, o investidor faz um empréstimo ao órgão emissor e recebe por isso.
Dessa maneira, o capital investido é devolvido ao comprador, acrescido dos juros acordados, sempre em uma data específica. Os títulos de renda fixa possuem ainda duas principais formas de remuneração: Pré-Fixados e Pós-Fixados.
Pré-Fixados: Um título é prefixado quando o valor dos rendimentos é conhecido no início da operação.
Pós-Fixados: Um título é pós-fixado quando o valor dos juros somente é conhecido no momento do resgate. Os investimentos que possuem rentabilidade pós fixada, podem ter sua rentabilidade atrelada a diversas taxas de juros, índices de preço ou correções. As principais são: CDI, Selic, TR, TBF, IPCA, IGP-M.
Assim, o investidor já sabe quanto e quando receberá seu retorno. E, embora a empresa tenha lucro ou prejuízo, o montante deverá ser pago conforme o combinado. Isso quer dizer que mesmo se a instituição for melhor do que o previsto o valor não será maior; e nem menor, caso vá pior.
O cálculo já pré-definido de valorização do dinheiro no futuro torna a renda fixa um investimento bastante seguro. Porém, não significa que esse tipo de ativo seja imune aos riscos. A possibilidade do emissor do título não cumprir com a obrigação existe e, embora seja mínima, não pode ser ignorada.
No entanto, algumas aplicações, como a Poupança, LCI e LCA possuem a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Sua principal função é proteger o dinheiro dos investidores/ correntistas e assegurar que recebam suas quantias de volta caso o banco ou instituição venha a falir.
Renda Variável
É o tipo de investimento cuja remuneração ou sua forma de cálculo não é conhecida no momento da aplicação. Os investimentos de renda variável são, portanto, mais arriscados e recomendados para investidor de perfil dinâmico.
O investimento no mercado de ações é a forma mais conhecida de renda variável. Os preços das ações sofrem constantes variações refletindo os interesses distintos dos agentes do mercado. Diferente da renda fixa, onde o investidor não perde o capital investido inicialmente, mesmo havendo o risco dos juros serem muito baixos, na renda variável os juros podem ser negativos, ou seja, o investidor pode perder parte do capital inicialmente investido.
Apesar de possuir maior risco, o investimento na renda variável permite retornos muito maiores do que os da renda fixa. São investimentos dessa categoria:
Ações
Derivativos
Câmbio
Fundos de Ações
Como vimos, o investimento em renda variável é feito com a expectativa de ganhos decorrentes do rendimento das ações adquiridas e de sua valorização superior à renda fixa. Quem compra ações especula, mesmo inconscientemente, sobre a possibilidade de rendimentos futuros, o comportamento do mercado e a possibilidade de valorização dos papéis. Ao investir em renda variável, os investidores geralmente optam por utilizar uma ou duas das correntes de análise: a fundamentalista e a técnica. Na realidade, os métodos defendidos por estas correntes de pensamento são complementares e dificilmente utiliza-se um dos dois métodos isoladamente.
É normal o uso simultâneo destas técnicas, onde a análise fundamentalista é adequada para a seleção daquelas ações que devem ser compradas, enquanto a análise técnica serve para determinar o momento em que elas devem ser compradas.
A combinação destes métodos possibilita a maximização das possibilidades de ganhos e minimização das perdas em uma carteira de ações. Assim, o investimento no mercado acionário decorre da expectativa de ganhos provenientes do rendimento das ações adquiridas e de sua valorização no mercado.
É visto que cada uma dessas modalidades possui um objetivo distinto, sendo que a renda fixa é interessante para acúmulo e proteção de capital, enquanto a renda variável é boa para renda passiva e possível multiplicação do capital.
A renda fixa é muito mais segura e permite um rendimento mais previsível, uma boa previsão de quanto o dinheiro renderá no futuro.
Na renda variável não é possível ter essa noção, o investimento pode variar livremente, sem muita capacidade de previsão. Porém, por ter uma variação maior, permite ganhos maiores e possui um risco também muito maior.
Gabriel Lacombe e Paulo Johas, estudantes de Economia na UFRJ
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